Série: “CONSIDERE A BONDADE E A SEVERIDADE DE DEUS”
31/52 – ESDRAS E NEEMIAS
Temos percorrido os livros da Bíblia e é incrível como que em todos eles Deus deixou as marcas da Sua bondade e da Sua severidade claramente reveladas, especialmente na História do Povo de Israel, nação protagonista do Antigo Testamento, que tem como seu reflexo a Igreja de Cristo na Nova Aliança. Portanto, o judeuzinho infiel do passado bem pode estar sendo representado por muitos crentinhos de hoje que igualmente estão provocando a ira do Senhor por não se arrependerem de seus pecados. Bem como nos dias atuais também vem se despontando um remanescente cristão que bem representa o remanescente fiel de Israel que experimentou da bondade do seu Deus.
E foi na leitura de Esdras que me deparei com uma declaração que faz um paralelo perfeito com Romanos 11:22, diz assim:
“A mão bondosa de nosso Deus está sobre todos os que o buscam, mas o seu poder e a sua ira são contra todos os que o abandonam.” (8:22) Esdras bem sabia que “por causa dos nossos pecados, nós, os nossos reis e os nossos sacerdotes temos sido entregues à espada e ao cativeiro, ao despojo e à humilhação nas mãos de reis estrangeiros, como acontece hoje.” (9:7) E ele ainda completa a oração de confissão nos versos 13-15 dizendo: “Depois de tudo o que nos aconteceu por causa de nossas más obras e por causa de nossa grande culpa, apesar de que, ó Deus, tu nos puniste menos do que os nossos pecados mereciam e ainda nos deste um remanescente como este, como podemos voltar a quebrar os teus mandamentos e a realizar casamentos mistos com esses povos de práticas repugnantes? Como não ficarias irado conosco, não nos destruirias, e não nos deixarias sem remanescente ou sobrevivente algum? Ó Senhor, Deus de Israel, tu és justo!” Sim, como muitos de nós, estes judeus tinham seus altos e baixos, caiam... e depois, arrependidos, se levantavam! Nesta ocasião, como já foi lido, eles tinham acabado de passar pela disciplina do cativeiro por conta de seus pecados, mas, mal haviam aprendido a correção, já estavam caindo novamente, agora com a prática de casamentos mistos, prática condenada pelo Senhor na Lei de Moisés!
Neemias, por sua vez, também repete a mesma oração começando por reconhecer a bondade de Deus, mas concluindo igualmente com o reconhecimento da Sua severidade, confira: “Senhor, Deus dos céus, Deus grande e temível, fiel à aliança e misericordioso com os que o amam e obedecem aos seus mandamentos, que os teus ouvidos estejam atentos e os teus olhos estejam abertos para ouvir a oração que o teu servo está fazendo dia e noite diante de ti em favor de teus servos, o povo de Israel. Confesso os pecados que nós, os israelitas, temos cometido contra ti. Sim, eu e o meu povo temos pecado contra ti. Agimos de forma corrupta e vergonhosa contra ti. Não temos obedecido aos mandamentos, aos decretos e às leis que deste ao teu servo Moisés. Lembra-te agora do que disseste a Moisés, teu servo: 'Se vocês forem infiéis, eu os espalharei entre as nações, mas, se voltarem para mim, e obedecerem aos meus mandamentos e os puserem em prática, mesmo que vocês estejam espalhados pelos lugares mais distantes debaixo do céu, de lá eu os reunirei e os trarei para o lugar que escolhi para estabelecer o meu nome'.” (Neemias 1:5-9)
Neemias descreve nesta sua oração a nítida percepção que tinha da justa bondade e severidade do seu Senhor! Aliás, não só ele, mas todo o povo, reconhecendo também a condição disciplinar que estavam vivendo, juntamente com Esdras, resolvem fazer um acordo: “Fomos infiéis ao nosso Deus quando (...). Mas, apesar disso, ainda há esperança para Israel. Façamos agora um acordo diante do nosso Deus, (...) segundo o conselho do meu senhor e daqueles que tremem diante dos mandamentos de nosso Deus. Que isso seja feito em conformidade com a Lei.” (Esdras 10:2,3)
Novamente um paralelo com a solução da Nova Aliança: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça.” (I João 1:9) Fica evidente que nosso Justo Juiz é irredutivelmente severo com pecadores inconfessos, mas irresistivelmente bondoso com o réu confesso que honestamente deseja ser transformado e liberto. Percebemos isso também ainda nas palavras de Esdras ao dizer: “Mas agora, por um breve momento, o Senhor nosso Deus foi misericordioso, deixando-nos um remanescente e dando-nos um lugar seguro em seu santuário, e dessa maneira o nosso Deus nos dá um pequeno alívio em nossa escravidão. Somos escravos, mas o nosso Deus não nos abandonou na escravidão. Ele tem sido bondoso para conosco diante dos reis da Pérsia: Ele nos deu vida nova para reconstruir o templo do nosso Deus e levantar suas ruínas, e nos deu um muro de proteção em Judá e em Jerusalém.” (Esdras 9:8,9) Interessante que tanto Esdras, quanto Neemias e Daniel, todos no capítulo 9, tratam de confissão de pecados reconhecendo perfeitamente a bondade e a severidade de Deus! Recomendo a leitura dos três!
Compartilhei minha 31ª semana de 2022
Marina M. Kumruian