Série: “CONSIDERE A BONDADE E A SEVERIDADE DE DEUS”
4/52 - ADÃO E EVA II
Há muito mais ainda para considerar neste começo de conversa! Ainda quero voltar ao “início” de tudo e descobrir outros “meios” de chegar a um “final” mais feliz do que os deles! Quanto àquela questão do Senhorio Severo do Bondoso Deus Criador, eu ainda quero analisar com mais pormenores a vontade de Deus e a vontade de Eva, porque creio estar aí um grande segredo para se acertar esta prova cujo enunciado diz “venha a nós o Teu Reino e seja feita a Tua vontade”!
A desobediência ao Governo Divino, à ordem do Rei, no Reino de Deus por parte de Adão e Eva, caracterizou uma usurpação de poder e autoridade que não era devida à criatura e sim única e exclusivamente ao Criador. A presença das duas árvores no centro do jardim bem que pareciam representar as duas opções: nutrir-se da vontade divina para viver Sua bondade ou alimentar o desejo da carne para morrer na Sua severidade. De acordo com Romanos 12:2, a vontade de Deus é “boa, agradável e perfeita”. Mas de acordo com Genesis 3:6, a árvore pela qual a vontade humana se sentiu atraída era apenas “boa para se comer e agradável aos olhos”, faltou o adjetivo mais importante: não era perfeita! Isto implica em afirmar que a nossa vontade própria é imperfeita, que nosso livre-arbítrio pode nos escravizar a uma vida desprovida da perfeição que o Criador idealizou desde o princípio para cada um de nós! Note bem: a vontade de Eva não era por uma coisa má e desagradável, pelo contrário, boa e agradável, mas não perfeita! Da mesma maneira, não é nada mal considerar só a bondade agradável de Deus, apenas não é perfeito, falta completar considerando a severidade!
Eva poderia ter respondido para a serpente como Jesus respondeu: “Tenho algo para comer que você não conhece". Disse Jesus: "A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou e concluir a sua obra.” (João 4:32-34)
Deus foi tão bondoso dotando o ser humano com 5 sentidos tão perfeitos para captar e experimentar toda Sua perfeita vontade. Eva, no entanto, se utilizou de cada um deles para degustar o fruto mais podre e envenenado que podia existir. Ela ouviu a tentação, falou com o tentador, viu a árvore, tocou no fruto e comeu a semente do pecado! Sua audição desprezou a voz de Deus, sua fala se calou perante o Criador, seus olhos não viram o Senhor assentado num alto e sublime trono, nem suas mãos tocaram no manto do Rei, por isso seu paladar não saboreou a perfeita vontade do Pai.
Diante disso, o Senhor Deus, considerou a maldade e a infidelidade das suas criaturas e Seu caráter Justo e Fiel, não poderia inocentar o culpado, como Pai bondoso Ele precisaria corrigir os filhos desobedientes e como Rei severo Ele não poderia deixar impune os transgressores. Entretanto, até no processo do juízo divino Ele combinou bondade com severidade, justiça com misericórdia. Como Justo Juiz, Ele ouviu cada uma das partes, chamou primeiramente Adão e depois Eva, inquirindo cuidadosamente “onde” estavam na hora do crime (3:9), “quem” falou com eles (3:11) e “o que” foi que eles fizeram (3:13). Por causa da Sua bondade Ele não os condenou sem oferecer ao menos a oportunidade de defesa ou confissão. Oportunidade perdida! Não se ouviu “pequei”! Não se viu sinais de arrependimento! Ninguém falou “me perdoe”! Os réus não se deixaram tocar pela bondade de Deus, logo eles tiveram que engolir a sentença. Deus amaldiçoou a serpente e a terra, mas não o homem nem a mulher. Contudo, a separação que o pecado traz para a comunhão com Deus é severa! O Criador separou a luz das trevas (1:4), separou as águas de cima das águas de baixo (1:6); separou o dia da noite (1:14) e a lua do sol (1:18). Aqui o Criador separou o Santo do profano, o puro do impuro.
O Senhor foi severo com o animal inocente que matou para poder ser bondoso com o homem e a mulher que vestiu. Ele foi bondoso em ainda permitir que a terra lhes fornecesse os frutos, ainda que com severo suor! Ele permaneceu bondoso mantendo-os fecundos para multiplicarem-se e encherem a terra de filhos, ainda que com severas dores!
“Por isso o Senhor Deus o mandou embora do jardim do Éden para CULTIVAR o solo do qual fora tirado. Depois de expulsar o homem, colocou a leste do jardim do Éden querubins e uma espada flamejante que se movia, para GUARDAR o caminho para a árvore da vida.” (3:23,24) Antes da queda, o Criador tinha ordenado a Adão a dupla tarefa de cultivar e guardar o jardim, mas como ele não passou na experiência de guardador e cuidador, passaria agora apenas a cultivar o solo, e como ele também havia sido tirado do solo, como também era pó, deveria cultivar o seu próprio corpo agora também danificado pelos espinhos e abrolhos do pecado, até que um novo e vivo caminho voltasse a ser aberto e dar acesso à Árvore da Vida, à Videira Verdadeira, na qual seríamos bondosamente enxertados por fé ou severamente cortados pela incredulidade!
Compartilhei minha 4ª semana de 2022
Marina M. Kumruian
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